quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Sentimento e sensações


Tempo, assunto sem pretensão de ser
Passa o tempo, sementes germinam e a noite chega
Passado, que desconhecia tuas letras
Fotos antigas, papéis amarelados e postais
Prazer, sentir algo sem ter
Risos estridentes, pêlos arrepiados e friozinho na barriga

Arquivo, suposição de não conhecer
Porta, passos sem caminhar
Abrir, sem rasgar o papel
Ir, sem saber
Conhecer, sem imaginar
Enigma, tua face.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

O LOUCO


A experiência do imaginário dentro de uma realidade limitada da mente. Uma vida circunscrita aos padrões de sanidade, o que é ser normal?
Pergunta-se um louco a si em seus poucos momentos de lucidez.
Sabia somente que seus poucos momentos de irritação e fragilidade estavam dentro da lucidez provocada por drogas medicamentosas.
Preocupava-se muito consigo e com os conceitos alheios nestes momentos, tinha uma vaga consciência que nas suas viagens cerebrais não preocupava-se tanto com o mundo exterior, com os acontecimentos, era muito mais feliz.
Ao menos não recordava-se de estar irritado ou preocupado, simplesmente viajava em suas personagens, podia ser tudo, astronauta, buda, artista famoso, motorista de trem, uma ave, um tigre, um presidente, enfim, tudo sem restrições, sem impedimentos.
Podia ser feliz…

sábado, 27 de novembro de 2010


Sem palavras

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Órion


Olho as estrelas e separo o céu
Limito o universo em imagens formadas entre estrelas

Procuro o caçador de Órion
Identifico a estação
Naxos começa a esfriar

Quero tua face no ombro de Órion
Delineado nos ângulos estrelares

Como uma criança que busca entender as origens
O poder da criação, desvendar depois de tanto saber
Descobrir absolutamente nada sobre corpos celestes
Seu enigma, seu destino

Renascer e voltar a infância esquecida dos descobrimentos
Das perguntas sem respostas absolutas
Da vida sem explicação

E chego a balzaquia idade em um momento de contemplação
E entendo que ainda sou uma criança sem respostas.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

TEMPO


Preciso somente de tempo
Saber quanto tempo leva
Descobrir que o tempo não pará

Um tempo para dar tempo ao tempo
Perder tempo e ver o tempo passar
Tempo para mudar e pensar no tempo que vivi

Tempo para pensar num futuro que pode nunca existir
Preciso escrever sobre as horas, os minutos de ti
O tempo a ti, o tempo em si

Não encontro tempo para parar
Ou não quero encontrar
Tenho medo de pensar

{Fortuna et Fortunae}

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Alucinação



Alucinação
Cura para a indócil sobrevivência em sociedade
Trajeto para guiar-se na normalidade dos gritos da multidão
Viver
Ser,  invólucro, matéria entre vozes pertubadoras
Sair descabido de bom senso
Entrar no louco padrão dos normais
Procurar o céu para explicar a imensidão de pensamentos
Encontrar no universos perguntas

Errar a todo momento nas ruas, olhar vitrines e admirar a falsa liberdade dos cães.
Aprisionamento do discurso pronto
Redução das possibilidades
Fantasia do não saber e do aprender a desconhecer as pessoas
Felicidade da inocência ou da ignorância pura

domingo, 21 de novembro de 2010

Aqui Dentro



Aqui dentro:
Jazia uma alma viva
Um rosto inexpressivo
Corpo sem reação.

Aqui dentro:
Aguardava sua chegada
Quem nunca veio
E sempre ficará.

Aqui dentro:
Pressentia a confusão
Os sentimentos dúbios

Aqui dentro:
Agora, medo, pavor, confusão
Vigor, alegria, paixão
Encontrei-te amor!

sábado, 20 de novembro de 2010

Páginas da vida



Assim começa um livro, pelo fim
Recomeço
Fim de um história
Início de uma vida
Término da trajetória
Ambiguidade

Assim começa um livro, pelo fim
História nova
Personagens de uma outra história
Caminho novo
Releitura

Assim começa um livro, pelo fim de outro
Contos diversos
Tramas e viagens
Desencontros sem fim
Final feliz

{Fortuna et Fortunae}
 
 
“Love conquers all”



sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Ser eu


O brilho dolorido da estrela relata a implosão soturna da noite. Os seres ocultos emergem de seus esconderijos lançando-se sedentos a superfície escura. Vivem a procura da penumbra e tudo isto faz algum sentido para alguém. Eu alheia durmo.

{Fortuna et Fortunae}


Simplesmente amo essa letra, 'Coisas que eu sei', compartilhando:



"Eu quero ficar perto
De tudo que acho certo
Até o dia em que eu
Mudar de opinião
A minha experiência
Meu pacto com a ciência
Meu conhecimento
É minha distração...
Coisas que eu sei
Eu adivinho
Sem ninguém ter me contado
Coisas que eu sei
O meu rádio relógio
Mostra o tempo errado
Aperte o Play...
Eu gosto do meu quarto
Do meu desarrumado
Ninguém sabe mexer
Na minha confusão
É o meu ponto de vista
Não aceito turistas
Meu mundo tá fechado
Pra visitação...
Coisas que eu sei
O medo mora perto
Das idéias loucas
Coisas que eu sei
Se eu for eu vou assim
Não vou trocar de roupa
É minha lei...
Eu corto os meus dobrados
Acerto os meus pecados
Ninguém pergunta mais
Depois que eu já paguei
Eu vejo o filme em pausas
Eu imagino casas
Depois eu já nem lembro
Do que eu desenhei...
Coisas que eu sei
Não guardo mais agendas
No meu celular
Coisas que eu sei
Eu compro aparelhos
Que eu não sei usar
Eu já comprei...
As vezes dá preguiça
Na areia movediça
Quanto mais eu mexo
Mais afundo em mim
Eu moro num cenário
Do lado imaginário
Eu entro e saio sempre
Quando tô a fim...
Coisas que eu sei
As noites ficam claras
No raiar do dia
Coisas que eu sei
São coisas que antes
Eu somente não sabia...
Coisas que eu sei
As noites ficam claras
No raiar do dia
Coisas que eu sei
São coisas que antes
Eu somente não sabia...
Agora eu sei...
Agora eu sei...
Agora eu sei...
Ah! Ah! Agora eu sei...
Ah! Ah! Agora eu sei...
Ah! Ah! Agora eu sei...
Ah! Ah! Eu sei!"

( Coisas que eu sei, Composição: Dudu Falcão)

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Prisão


Flores presas na foto,
Prisioneiras no tempo
Não murcham nem despetalam
Retratam o dia do encarceramento
cores e folhas

{Fortuna et Fortunae}




FLORES

"Olhei até ficar cansado
De ver os meus olhos no espelho
Chorei por ter despedaçado
As flores que estão no canteiro
Os punhos e os pulsos cortados
E o resto do meu corpo inteiro
Há flores cobrindo o telhado
E embaixo do meu travesseiro
Há flores por todos os lados
Há flores em tudo que eu vejo

A dor vai curar essas lástimas
O soro tem gosto de lágrimas
As flores têm cheiro de morte
A dor vai fechar esses cortes
Flores
Flores
As flores de plástico não morrem

Olhei até ficar cansado
De ver os meus olhos no espelho
Chorei por ter despedaçado
As flores que estão no canteiro
Os punhos e os pulsos cortados
E o resto do meu corpo inteiro
Há flores cobrindo o telhado
E embaixo do meu travesseiro
Há flores por todos os lados
Há flores em tudo que eu vejo

A dor vai curar essas lástimas
O soro tem gosto de lágrimas
As flores têm cheiro de morte
A dor vai fechar esses cortes
Flores
Flores
As flores de plástico não morrem
Flores
Flores
As flores de plástico não morrem"


(Flores, Titãs, Composição: Tony Bellotto / Sérgio Britto / Charles Gavin / Paulo Miklos)


 

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Leituras passadas. Ato 2


Por ti
Perdi a covardia
E acreditei

Por ti
Deixei meu egoísmo
E mudei

Por ti
Desejei caminhar
E de ti fugi.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Leituras passadas. Ato 1


Abria os olhos e via o deserto
Estava sozinha sob a luz do sol
O mesmo astro que trazia vida absorvia minhas forças

Desejava encontrar o oásis
Era traída pelo corpo desmotivado
Encontrei a ti e tuas palavras arenosas

Sobrevivi e do passado fiz um ampulheta.

domingo, 7 de novembro de 2010

Verde





Agrada-me pensar no verde, luz primária que me veste a alma,
vestido de “Monet”, musgos em esconderijos úmidos e sombrios,
oliveiras em rebento, cor calmante, natureza exuberante.

Desenho em verde, visto folhas, brilho como esmeralda,
desperto um louva-a-deus e sigo secundária.

{Fortuna et Fortunae}

sábado, 6 de novembro de 2010

Carpe Diem


Quando perguntas quais meus objetivos , respondo assim:
- Quero correr pelos pastos, ouvir os pássaros, rir nos cafés, chorar pelas ruas, falar com amigos imaginários, torcer por um time perdedor, ganhar um presente e sentir-me amada.
Não foi uma resposta satisfatória, mas é a única que possuo. Cresci num mundo de emoções, sonhos e desejos, lugar sem espaço para racionalidade enfadonha, sofro algumas vezes com minha bagunça emocional, quase sempre sorrio com a leveza dos dias sem roteiro.

{Fortuna et Fortunae}